O texto abaixo, um position statement do Colégio Americano de Pediatras, é uma das primeiras manifestações de uma entidade científica respeitada que rompe o bloqueio da ideologia de gênero e sua “narrativa sagrada” que não admite discussões, menos ainda dissenções explícitas. Este não é um texto político ou ideológico, apenas técnico, baseado em conceitos estabelecidos pela prática médica.
A ideologia de gênero é uma falácia do argumento feminista, segundo o qual o gênero seria uma mera construção cultural. Quando a maioria das sociedades científicas e psicológicas se rende à nefasta ideologia de gênero, são os pediatras que vêm mostrar a crua realidade da infância, da puberdade e da adolescência e as mentiras dos defensores da transgeneralidade. Creio de bom alvitre publicá-lo com meus esclarecimentos para o público leigo e comentários pertinentes. A tradução do original é de William Uchoa e os esclarecimentos e comentários estão entremeados no texto (em itálico).
Position Statements of the College
O
Colégio Americano de Pediatras insta educadores e legisladores a
rejeitarem todas as políticas que condicionam as crianças a aceitarem
como normal uma vida de personificação química e cirúrgica do sexo
oposto. Fatos - não ideologia - determinam a realidade.
1. A
sexualidade humana é uma característica biológica binária objetiva:
"XY" e "XX" são marcadores genéticos de saúde – não marcadores genéticos
de um distúrbio. A norma para o projeto humano deve ser
concebida como macho ou fêmea. A sexualidade humana é binária por
princípio, com a finalidade óbvia de reprodução e florescimento de nossa
espécie. Este princípio é auto-evidente. Os distúrbios extremamente
raros de diferenciação sexual (DSD - disorders of sexual
differentiation), incluindo, mas não limitados, à feminização testicular
e hiperplasia adrenal congênita, são todos desvios medicamente
identificáveis da norma binária sexual, e são justamente reconhecidos
como distúrbios do projeto humano. Indivíduos com DSDs não constituem um
terceiro sexo.
HP
– A feminização testicular, mais corretamente chamada de síndrome de
insensibilidade androgênica (AIS) verifica-se quando uma pessoa
geneticamente do sexo masculino (tem um cromossoma X e um cromossoma Y) é
resistente aos hormônios masculinos chamados andrógenos. Como
resultado, a pessoa possui algumas ou mesmo todas as características
físicas de uma mulher, apesar de possuir a composição genética de um
homem.
Hiperplasia adrenal congênita: distúrbio hormonal uma mutação genética, que provoca produção demasiada de andrógenos no feto. Em indivíduos do sexo feminino, causa uma masculinização da genitália externa e aumento do clitóris. Indivíduos do sexo masculino afetados possuem genitália externa normal e o diagnóstico pode não ser feito na primeira infância. Entretanto, o excesso de hormônio, em ambos os sexos, leva a um crescimento rápido e maturação esquelética prematura.Certamente é auto-evidente que não constituem um sexo aparte, mas é preciso ter olhos adequados para perceber o óbvio. Quando a mente está bloqueada por um distúrbio ideológico, o óbvio se torna obscuro. A tomada da mente pela ideologia feminista impede seu uso dentro de limites razoáveis. A falsa concepção precisa ser “comprovada” a todo custo, forçando e suprimindo a realidade.
Hiperplasia adrenal congênita: distúrbio hormonal uma mutação genética, que provoca produção demasiada de andrógenos no feto. Em indivíduos do sexo feminino, causa uma masculinização da genitália externa e aumento do clitóris. Indivíduos do sexo masculino afetados possuem genitália externa normal e o diagnóstico pode não ser feito na primeira infância. Entretanto, o excesso de hormônio, em ambos os sexos, leva a um crescimento rápido e maturação esquelética prematura.Certamente é auto-evidente que não constituem um sexo aparte, mas é preciso ter olhos adequados para perceber o óbvio. Quando a mente está bloqueada por um distúrbio ideológico, o óbvio se torna obscuro. A tomada da mente pela ideologia feminista impede seu uso dentro de limites razoáveis. A falsa concepção precisa ser “comprovada” a todo custo, forçando e suprimindo a realidade.
2. Ninguém
nasce com um gênero. Todos nascemos com um sexo biológico. Gênero (uma
consciência e senso de si mesmo como homem ou mulher) é um conceito
sociológico e psicológico não um conceito biológico objetivo.
Ninguém nasce com a consciência de si mesmo como masculino ou feminino
esta consciência se desenvolve ao longo do tempo e, como todos os
processos de desenvolvimento, pode ser prejudicada por percepções
subjetivas, relacionamentos e experiências adversas que ocorrem desde o
início da vida, o período de recém-nascido. As pessoas que se
identificam como "sentindo a si mesmos como se fossem do sexo oposto" ou
"em algum lugar entre os dois sexos" não pertencem a um terceiro sexo. Permanecem homens biológicos ou mulheres biológicas.
HP
– Neste ponto recordo a assertiva de Olavo de Carvalho, com a qual
concordo inteiramente: “quando um conservador diz que o sexo é um fato
biológico, mas o gênero é apenas uma categoria sociológica, ele só
mostra o quanto o seu cérebro já foi dominado pela linguagem do
adversário. Gênero não é nem nunca foi uma categoria sociológica. É uma
categoria meramente gramatical à qual se pretende, pela propaganda
repetida, dar uma dimensão sociológica”.
Segundo Roger Scruton, “evado ao extremo – e o feminismo leva tudo ao extremo – a teoria reduz o sexo a uma mera aparência, com o gênero como realidade. Se, depois de ter forjado sua verdadeira identidade de gênero, você encontra-se alojado no tipo errado do corpo, então é o corpo que tem de mudar. Se você acredita ser uma mulher, então você é uma mulher, não obstante o fato de você ter o corpo de um homem. Daí que os médicos [deveriam] observar as operações de mudança de sexo como uma violação grosseira do corpo e, na verdade uma espécie de agressão (...)” [*]
Segundo Roger Scruton, “evado ao extremo – e o feminismo leva tudo ao extremo – a teoria reduz o sexo a uma mera aparência, com o gênero como realidade. Se, depois de ter forjado sua verdadeira identidade de gênero, você encontra-se alojado no tipo errado do corpo, então é o corpo que tem de mudar. Se você acredita ser uma mulher, então você é uma mulher, não obstante o fato de você ter o corpo de um homem. Daí que os médicos [deveriam] observar as operações de mudança de sexo como uma violação grosseira do corpo e, na verdade uma espécie de agressão (...)” [*]
3. A crença de uma pessoa que ele ou ela é algo que eles não são é, na melhor das hipóteses, um sinal de pensamento confuso.
Quando um menino biologicamente saudável acredita que ele é uma menina
ou uma menina biológica, biologicamente saudável, acredita que ela é um
menino, um problema psicológico objetivo existe e está na mente não no corpo,
e deve ser tratado como tal. Estas crianças sofrem de Disforia de
Gênero (GD), anteriormente conhecida como Transtorno de Identidade de
Gênero (GID), transtorno reconhecido pela mais recente (a quinta) edição
do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica
Americana (Diagnostic and Statistical Manual of the American Psychiatric
Association (DSM-V). As teorias psicodinâmicas e sociais do GD / GID
nunca foram refutadas.
HP
- Absolutamente correto, mas os autores suspendem seus argumentos na
“melhor das hipóteses”, não vão às últimas consequências. Quando uma
pessoa sente que é algo que não é, afirma ser aquilo que “sente” ou
deseja ser, a ponto de comportar-se com sendo, estamos frente a um grave
distúrbio mental e não apenas um “pensamento confuso”. É claro que
existem gradações, como veremos adiante a respeito da adolescência, mas
se este distúrbio se instala de forma permanente, estamos vendo um
delírio alucinatório, um quadro psicótico. Estes estados delirantes são
difíceis de tratar e, tal como o distúrbio correlato da
homossexualidade, se tornaram modernamente quase impossíveis, pois dada a
pressão dos movimentos LGBT sobre os órgãos profissionais, os últimos
podem ser processados por homofobia e se expor a processos judiciais e a
toda sorte de ofensas e ataques, inclusive físicos. A psiquiatria cria
belos nomes, como Disforia de Gênero ou Transtorno de Identidade de
Gênero, para tentar negar o inegável: o grave distúrbio psicótico.
4. A
puberdade não é uma doença e o bloqueio de hormônios da puberdade pode
ser perigoso. Reversíveis ou não, o bloqueio de hormônios induz a um
estado patológico – a ausência de puberdade – e inibe o crescimento e
fertilidade em uma criança antes biologicamente saudável.
5. De
acordo com o DSM-V, cerca de 98% de meninos e 88% de meninas confusas
com o gênero, aceitam seu sexo biológico após passarem naturalmente pela
puberdade.
6. Crianças
que usam bloqueadores da puberdade para personificar o sexo oposto vão
exigir hormônios do sexo oposto (cross-sex hormones) no fim da
adolescência. Os hormônios do sexo oposto estão associados a riscos
perigosos para a saúde incluindo, mas não se limitando, a aumento da
pressão arterial, formação de coágulos sanguíneos, acidente vascular
cerebral e câncer.
7. As
taxas de suicídio são vinte vezes maiores entre os adultos que usam
hormônios do sexo oposto e se submetem à cirurgia de mudança de sexo,
mesmo na Suécia, que está entre os países mais afirmativos de LGBQT.
Que pessoa compassiva e razoável condenaria crianças a este destino,
sabendo que após a puberdade 88% das meninas e 98% dos meninos acabarão
por aceitar a realidade e alcançarão um estado de saúde física e mental?
8. Condicionar
crianças a acreditar que uma vida inteira de representação química e
cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável, é abuso infantil.
Endossar discordância de gênero como normal através da educação pública
e políticas legais confundirá as crianças e os pais, levando mais
crianças a buscar as "clínicas de gênero", onde lhes serão dados
medicamentos bloqueadores da puberdade. Isto, por sua vez, praticamente
garante que eles vão "escolher" uma vida inteira de hormônios do sexo
oposto, cancerígenos e tóxicos, e provavelmente considerar desnecessária
a mutilação cirúrgica de suas partes do corpo saudáveis quando adultos
jovens.
Michelle A. Cretella, M.D.
Presidente do Colégio Americano de Pediatria
Presidente do Colégio Americano de Pediatria
Vice-Presidente do Conselho Americano de Pediatria
Endocrinologista Pediátrico
Paul McHugh, M.D.
Professor Universitário de Psiquiatria da Universidade Johns Hopkins Medical School, detentor de medalha de distinguidos serviços prestados e ex-psiquiatra-chefe do Johns Hopkins Hospital
Este texto é de autoria de Heitor de Paola. Fonte: http:/www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=6026. Acesso em: 28/04/2016.
Publicação original em inglês: http://www.acpeds.org/the-college-speaks/position-statements/gender-ideology-harms-children
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